02/11/2015

A ARTRITE REUMATÓIDE EM ATIVIDADE CAUSA DOR


Tratamento

O tratamento da artrite reumatóide (AR) varia de acordo com características individuais dos pacientes e a resposta a eventuais tratamentos feitos anteriormente. Para que ele possa ser ajustado para cada caso e a sua eficácia seja avaliada, é necessário medir a atividade da doença levando em consideração vários fatores, que vão desde a avaliação dos sintomas e do estado funcional até estudos radiológicos.

Com isso, o médico reumatologista pode definir o plano de tratamento, que envolve tratamentos medicamentosos e não medicamentosos.

O tratamento cirúrgico é indicado para alguns pacientes com anormalidades funcionais, como ruptura de tendão ou destruição óssea e articular.

Existem várias classes de medicamentos que podem ser indicados e combinados, desde analgésicos e anti-inflamatórios até drogas que modificam o curso da doença, ajudando a reduzir e prevenir o dano articular. Somente o especialista pode prescrevê-los, e os possíveis efeitos colaterais devem ser monitorados para que seja feito qualquer ajuste necessário.



Atividade da doença 

A mensuração da atividade da doença, que permite ajustar individualmente o tratamento e avaliar a sua eficácia, leva em consideração quatro fatores básicos:

Avaliação dos sintomas e estado funcional: graduação da dor articular, rigidez matinal e severidade da fadiga.
Avaliação do envolvimento articular e manifestações extra-articulares: as articulações devem ser avaliadas quanto ao edema, dor, perda de movimento e deformidade. Manifestações extra-articulares, incluindo as sistêmicas, como febre, anorexia, náuseas e perda de peso, devem ser investigadas.
Marcadores laboratoriais: são aqueles que refletem o grau de inflamação por meio de provas da fase aguda, que são a proteína C reativa e a velocidade de hemossedimentação.
Estudos radiológicos: acompanhamento com radiografias a cada seis meses de tratamento e sua comparação com as feitas inicialmente podem indicar a atividade da doença. Diminuição da massa óssea (osteopenia) e/ou erosões articulares e redução do espaço das articulações são alguns desses indicativos.
Podemos classificar a artrite reumatóide de acordo com o grau de atividade da doença da seguinte forma:



Atividade Leve:

O paciente apresenta dor em, pelo menos, três articulações com sinais de inflamação, ausência de doença extra-articular, fator reumatoide geralmente negativo, elevação das provas de atividade inflamatória e nenhuma evidência de erosão ou perda de cartilagem em radiografia.



Atividade Moderada:

O paciente tem de seis a 20 articulações acometidas, doença comumente restrita às articulações, elevação das provas de atividade inflamatória, positividade do fator reumatóide e evidência de alterações típicas na radiografia.



Atividade Grave:

Mais de 20 articulações persistentemente acometidas, elevação das provas de atividade inflamatória, anemia de doença crônica, baixa de albumina no sangue (hipoalbuminemia), fator reumatóide positivo, radiografias mostrando erosões e perda de cartilagem e doença extra-articular.

30/08/2015

Como a Artrite Reumatóide Atua no Organismo


Artrite Reumatoide

A artrite reumatoide (AR) é uma doença sistêmica crônica. Por ser sistêmica, significa que ela pode afetar diversas partes do organismo (embora atinja principalmente as articulações); por ser crônica, não se consegue obter a sua cura (e sim o seu controle). A causa ainda é desconhecida, mas sabe-se que é autoimune, ou seja, os tecidos são atacados pelo próprio sistema imunológico do corpo.
A doença afeta entre 0,5% e 1% da população mundial adulta e cerca de três vezes mais mulheres do que homens. Um estudo de 2004 mostrou que a incidência da AR no Brasil é de 0,46%. Além disso, pessoas com histórico familiar de artrite reumatoide têm mais risco de desenvolvê-la, devido a uma maior predisposição genética.
Os principais sintomas são: dor, inchaço, rigidez e inflamação nas membranas sinoviais e nas estruturas articulares. Com a progressão da doença – e se esta não for tratada adequadamente –, os pacientes podem desenvolver incapacidade para a realização de suas atividades cotidianas.


O que é?

Na artrite reumatoide, o sistema imunológico, responsável por proteger o nosso organismo de vírus e bactérias, também ataca os tecidos do próprio corpo –especificamente a membrana sinovial, uma película fina que reveste as articulações.
O resultado desse ataque é a inflamação das articulações e consequente dor, inchaço e vermelhidão, principalmente nas mãos e nos pés. É importante lembrar que, por ser sistêmica, ela pode ocorrer em outras articulações, tais como joelhos, tornozelos, ombros e cotovelos, além de outras partes do organismo (pulmão, olhos, coluna cervical). Em outras palavras, embora a principal característica da artrite reumatoide seja a inflamação das articulações, várias regiões do corpo também podem ser comprometidas.
Se não for tratada adequadamente, a inflamação persistente das articulações pode levar ao comprometimento das juntas, provocando deformidades e limitações nas atividades do dia a dia.
Apesar dos avanços nas pesquisas, a causa da artrite reumatoide ainda é desconhecida. Porém, a maioria dos cientistas concorda que a combinação de fatores genéticos e ambientais é a principal responsável.
Foram identificados marcadores genéticos que provocam uma probabilidade dez vezes maior de manifestar a doença. Entretanto, há quem possua esses genes e não desenvolva a AR, assim como nem todas as pessoas com a doença têm esses genes.
Pesquisas sugerem que agentes infecciosos, como vírus ou bactérias, podem provocar a doença em quem tem propensão genética para desenvolvê-la. Além da resposta do organismo a eventos estressantes, como trauma físico ou emocional, outra possibilidade são os hormônios femininos, uma vez que a incidência é maior nas mulheres.
Fumar também pode ser um causador, pois há um alto risco de pessoas com um gene específico desenvolverem artrite reumatoide, além de ser um vício que pode aumentar a gravidade da doença e reduzir a eficácia do tratamento.

Articulação


Evolução

A artrite reumatoide pode provocar alterações em todas as estruturas das articulações, como ossos, cartilagens, cápsula articular, tendões, ligamentos e músculos responsáveis pelo movimento articular, além de complicações em outros órgãos e sistemas do corpo.
Porém, não é possível prever como será a progressão da AR, pois ela varia de acordo com cada caso, apresentando padrões de evolução distintos. Em um grande número de pacientes, poderão ocorrer lesões ósseas e articulares irreversíveis, perda da qualidade de vida e aumento da mortalidade quando a doença não é tratada adequadamente.
Na trajetória da AR, as lesões ósseas se manifestam cedo: a diminuição do espaço articular e as erosões ocorrem em 67% a 76% dos pacientes nos dois primeiros anos de evolução da doença.

Cartilagem


Manifestações extra-articulares

Como a artrite reumatoide é uma doença sistêmica, a inflamação que afeta as articulações também pode atingir diversos órgãos e sistemas do corpo.
As manifestações extra-articulares podem ser extremamente sérias. Elas são mais propensas a ocorrer em pessoas que tenham AR moderada ou grave sem controle por um longo tempo do que naquelas com grau leve ou sob controle.
Por isso, é importante iniciar o tratamento o quanto antes, informando-se sobre o plano de tratamento, quais medicações poderão ser usadas e as possíveis complicações da doença para evitar que ocorram as manifestações sistêmicas e o desenvolvimento de sequelas. Também é fundamental manter uma comunicação constante com o seu médico, avisando-o sobre qualquer sintoma que apareça para que ele possa determinar a causa e ajustar o plano de tratamento.


Olhos e bocas

As pessoas com artrite reumatoide devem fazer exames oculares pelo menos uma vez por ano, pois elas podem desenvolver a esclerite, que causa dor, vermelhidão, visão embaçada e sensibilidade à luz. Uma complicação rara dessa enfermidade é a escleromalácia perfurante, que pode danificar permanentemente o olho por inflamação severa.
A artrite reumatoide também pode causar uveíte, uma inflamação da área entre a retina e o branco do olho, a qual, se não for tratada, pode levar à cegueira.
Além disso, pessoas com AR são mais propensas a desenvolver a síndrome de Sjögren, uma doença em que o sistema imunológico ataca as glândulas produtoras de lágrima e saliva.
Como resultado, os olhos e a boca ficam secos. E se não for tratada, a doença pode resultar em infecção do olho e cicatrizes na membrana conjuntiva que recobre a esclera, parte branca do globo ocular.
Boa higiene bucal e acompanhamento regular com odontologista são fundamentais, pois as bactérias tendem a se proliferar com mais facilidade em uma boca seca, o que pode ocasionar cáries e doenças na gengiva. Isso ocorre também porque as pessoas com AR têm uma tendência maior para desenvolver esses tipos de enfermidades.

Olhos e boca


Pulmões

Cerca de um terço das pessoas com artrite reumatoide tende a desenvolver complicações no quadro pulmonar, por exemplo, a pleurisia, uma inflamação no revestimento do pulmão que pode tornar o ato de respirar bastante doloroso.
Além de o risco de contrair tuberculose ser mais elevado em pessoas com artrite reumatoide, algumas desenvolvem uma inflamação no tecido do pulmão, o que pode levar à fibrose pulmonar e, consequentemente, falta de ar progressiva. Ademais, nódulos reumatoides podem se formar nos pulmões, mas, em geral, não oferecem riscos aos pacientes.

Pulmões


Coração

A partir do resultado de várias pesquisas, descobriu-se que pessoas com artrite reumatoide são cerca de 2,5% mais propensas a desenvolver doenças cardiovasculares do que a população em geral. Além disso, elas podem ter pericardite, uma inflamação do revestimento do coração que, geralmente, provoca dor no peito.

Coração


Figados e Rins

Embora não haja uma relação direta da artrite reumatoide com o fígado e os rins, alguns medicamentos para a doença podem afetar esses órgãos. Por isso, fazer o acompanhamento médico e exames periódicos é muito importante.

Fígado e Rins


Sangue e Vasos Sanguíneos 

A falta de controle da inflamação que acompanha a artrite reumatoide pode ocasionar anemia, bem como a formação de coágulos sanguíneos. Mas ambas as condições melhoram quando ela é controlada.
Em casos raros, pessoas que têm AR há muito tempo podem desenvolver a síndrome de Felty e a inflamação de pequenos vasos sanguíneos periféricos que suprem a pele.
A síndrome de Felty é caracterizada pelo aumento do baço e pela baixa contagem de células brancas do sangue. Essa condição pode elevar o risco de infecção e linfoma ou câncer dos gânglios linfáticos.
Já a inflamação dos vasos sanguíneos periféricos, conhecida como vasculite, pode ter consequências bastante sérias se não for tratada adequadamente. Muitas vezes, ela é anunciada por pequenos pontos vermelhos na pele. Em casos mais graves, pode causar úlceras nas pernas e sob as unhas.

Sangue e Vasos Sanguíneos


Sistema Nervoso

A artrite reumatoide pode originar problemas nos nervos dos braços e das pernas, causando dormência, formigamento ou fraqueza.
Pessoas com AR podem desenvolver a síndrome do túnel do carpo, uma condição em que o nervos que vai do antebraço até a mão é comprimido pelo tecido inflamado, causando dormência, formigamento e diminuição da força.

Sistema Nervoso


Pele

Cerca de 30% a 40% dos pacientes com artrite reumatoide desenvolvem nódulos reumatoides, que são pequenos caroços que se formam sob a pele, muitas vezes em áreas ósseas expostas à pressão, como os dedos ou os cotovelos.
A menos que o nódulo esteja localizado em um ponto sensível, como em regiões muito utilizadas para realizar alguma tarefa, o tratamento talvez nem seja necessário. Às vezes, eles desaparecem naturalmente.

Pele


Epidemiologia

A artrite reumatoide é uma doença que ataca aproximadamente 0,5% e 1% da população mundial adulta. Mas se forem considerados apenas indivíduos entre 55 e 75 anos de idade, esse percentual aumenta para 4,5%.
Pessoas de todas as origens estão sujeitas a desenvolver a artrite reumatoide. Contudo, aparentemente, ela é menos comum na África e na Ásia do que nos Estados Unidos e na Europa. Alguns estudos sugerem que a incidência está diminuindo nos países do norte da Europa em relação aos demais desse continente.
No Brasil, um estudo de 2004 mostrou que a ocorrência de artrite reumatoide é de 0,46%, o que equivaleria a quase 900 mil pessoas, levando em conta a população do País registrada no censo de 2010.
Essa doença pode se manifestar em qualquer idade. Entretanto, é mais frequente entre os 40 e 60 anos. Além disso, ela é três vezes mais comum nas mulheres do que nos homens – em geral, melhora na gravidez e piora durante a amamentação, possivelmente em razão das mudanças hormonais.
Sabe-se que a taxa de mortalidade dos pacientes com artrite reumatoide é maior do que a da população normal e que a expectativa de vida cai de acordo com a gravidade da doença e de quando ela começou.

Balança

ARTRITE REUMATÓIDE JUVENIL III


ARTRITE REUMATÓIDE JUVENIL II


ARTRITE REUMATÓIDE JUVENIL I


28/08/2015

Portadores de Artrite Reumatóide Devem Procurar Dormir Bem


De acordo com um estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine, a qualidade de sono de pacientes com artrite reumatóide está associada ao controle dos sintomas da doença e qualidade de vida do paciente.



A artrite reumatóide é uma doença auto-imune que causa inflamação nas articulações, causando dor e podendo debilitar a pessoa.



O estudo acompanhou 162 pacientes da doença. 76% eram mulheres e essas pessoas tinham em média 58.5 anos e haviam sido diagnosticadas a mais de dois anos. Os participantes responderam uma série de questionários, dando informações sobre seus sintomas, hábitos e qualidade de vida em geral. As perguntas abordaram a qualidade de sono, depressão, incapacitação funcional, níveis de dor e fatiga.



Os resultados mostraram que a qualidade do sono afeta a capacitação funcional de portadores de artrite reumatóide de forma indireta. 61% dos participantes da pesquisa dormiam mal e 33% disseram que a dor incomodava seu sono pelo menos três ou mais vezes na semana. O estudo estabeleceu uma relação entre dormir mal e dores mais severas, o que está consistente com resultados de outro estudo que sugere que pertubações durante o sono podem aumentar as dores sentidas por pacientes de artrite reumatóide e adultos sadios.



A Dra. Faith S. Luyster, líder da pesquisa, afirma que "os resultados esclarecem a importancia de abordar reclamações relacionadas ao sono de pacientes com artrite reumatóide. Ao tratar problemas de sono de forma farmacológica ou comportamental, os sintomas e limitações de atividades relacionadas à artrite podem ser reduzidos."

Dor nos Pés, Um Sintoma da Artrite Reumatóide Juvenil


A dor nos pés está presente em grande parte dos pacientes portadores de artrite reumatóide juvenil. A publicação, apresentada na revista The Foot, de dezembro de 2006, foi baseada na pesquisa desenvolvida pela Escola de Saúde e Cuidados Sociais da Universidade Glasgow Caledonian e pelo Departamento de Esportes, Saúde e Ciência do Exercício da Universidade de Hull, na Inglaterra.

A dor nos pés em pacientes portadores de artrite reumatóide juvenil está relacionado com a dificuldade para caminhar e inicia-se precocemente nessa doença, sem dar manifestações prévias para o seu surgimento.

Para se levantar uma estimativa de aproximadamente quantas pessoas portadoras de artrite reumatóide juvenil, sofrem com o problema, aplicou-se um questionário a 200 pacientes previamente selecionados, os quais tiveram o diagnóstico de artrite reumatóide juvenil realizado nos últimos quatro anos. Os resultados dos questionários foram subdivididos posteriormente em quatro categorias de incapacidade física, decorrentes da evolução da doença.

De acordo com os resultados os pesquisadores concluíram que grande parte dos pacientes portadores de artrite reumatóide juvenil desenvolve incapacidade de caminhar e dor em decorrência da evolução da doença, sendo esse fato de grande importância para a elaboração de um esquema adequado de tratamento...

Crianças com Artrite Podem Ter Problemas no Emprego na Fase Adulta


Crianças com Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) podem sofrer problemas no trabalho quando ficarem adultas. A conclusão é de uma pesquisa publicada no Arthritis & Rheumatism, jornal do American College of Rheumatology (ACR), que indica que a incapacidade funcional causada pela doença pode influenciar na escolaridade e no emprego dessas pessoas.

A artrite é uma doença comum caracterizada por uma inflamação dolorosa, inchaço e rigidez que pode prejudicar as articulações e levar à incapacidade. Quando a artrite crônica atinge os menores de 17 anos de idade é chamada de artrite idiopática juvenil. Essa doença afeta cerca de 294.000 crianças nos Estados Unidos, e estudos realizados nas duas últimas décadas mostram que o tratamento agressivo e precoce a base de drogas antirreumáticas ou biológicas, conhecidas como fator de necrose tumoral alfa-inibidores, pode melhorar os resultados do tratamento em longo prazo.

Contudo, os pesquisadores ressaltam que alguns pacientes com AIJ, apesar do tratamento precoce, podem entrar na fase adulta com lesões nas articulações, deficiências e qualidade de vida reduzida. Com isso, as taxas de desemprego entre adultos que sofreram com AIJ são maiores do que entre aqueles que não sofreram com o problema.

O estudo envolveu 103 participantes (22 homens e 81 mulheres com idade média de 24 anos e duração média da doença de 19 anos) que foram tratados na unidade músculo-esquelético no Hospital Freeman, no Reino Unido. OS pacientes foram entrevistados em relação à sua escolaridade, situação no emprego, além de responderam a um questionário de avaliação da saúde (HAQ) para medir a incapacidade funcional.

Os resultados mostraram que a incapacidade funcional medida pelo HAQ foi significativamente menor nos pacientes empregados e naqueles com AIJ oligoarticular. Realização educacional não foi influenciada pelos subtipos de AIJ: oligoarticular (40); poliarticular fator reumatóide (RF) positivo (23); RF poliarticular negativo (17); sistêmica (10) e outros (11). Os pacientes que concluíram o ensino secundário tiveram maior sucesso mais tarde na vida, na obtenção de postos de trabalho mais elevados ou de gestão. A equipe também observou que a estabilidade no emprego foi influenciada positivamente pelo grau de escolaridade e negativamente pelo escore de deficiência.

Uma a Cada 250 Crianças nos Estados Unidos tem Artrite, diz CDC


Um novo estudo dos Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos estima que 294 mil americanos com menos de 18 anos – ou uma a cada 250 crianças – foram diagnosticados com alguma forma de artrite. A pesquisa oferece, pela primeira vez, uma base de dados nacional sobre crianças diagnosticadas com artrite e outros distúrbios reumáticos.

A artrite reumatóide juvenil é uma doença inflamatória crônica que afeta as articulações e outros órgãos, como a pele, os olhos e o coração. A principal manifestação clínica é a artrite, caracterizada por dor, aumento de volume e de temperatura de articulações. Em algumas crianças, a dor é mínima ou até inexistente.

Para determinar melhor o tamanho do problema da artrite infantil, os CDC, em colaboração com diversas outras organizações, realizaram uma revisão das opções de como estimar o número de crianças com artrite e condições relacionadas, além de analisar quais distúrbios deveriam ser incluídos. Além do levantamento nacional, foi realizada uma pesquisa de estado para estado, incluindo desde 500 crianças em Wyoming a 38 mil na Califórnia.

E os resultados indicaram que crianças com artrite e outros distúrbios reumatológicos contam por aproximadamente 827 mil consultas médicas por ano, incluindo uma média de 83 mil visitas à emergência.

Além desses dados, os CDC e a Arthritis Foundation oferecem, com a pesquisa, informações como o detalhamento dos diferentes tipos de artrite infantil, os sinais de alerta que podem ajudar a diagnosticar o problema e as opções de tratamento e recursos complementares para o controle da doença.

Artrite Reumatóide Juvenil (Artrite Idiopática Juvenil)


Neste Artigo:

- O que é a Artrite Idiopática Juvenil?
- É uma doença freqüente?
- O que causa a Artrite Idiopática Juvenil?
- Como se diagnostica a doença?
- Quais os tipos mais comuns de Artrite Idiopática Juvenil?
- Qual o tratamento da Artrite Idiopática Juvenil?
- O que pode acontecer se o tratamento for interrompido?


O que é a Artrite Idiopática Juvenil?

A Artrite Idiopática Juvenil, também denominada Artrite Reumatóide Juvenil, é uma doença inflamatória crônica que acomete as articulações e outros órgãos, como a pele, os olhos e o coração. A principal manifestação clínica é a artrite, caracterizada por dor, aumento de volume e de temperatura de uma ou mais articulações. Cabe ressaltar que em algumas crianças a dor é mínima ou até mesmo inexistente. Caracteristicamente ela inicia sempre antes dos 17 anos de idade.


É uma doença freqüente?

A incidência da Artrite Idiopática Juvenil é desconhecida em nosso país, mas dados provenientes de países da América do Norte e da Europa indicam que cerca de 0,1 a 1 em cada 1.000 crianças têm essa doença.


O que causa a Artrite Idiopática Juvenil?

A causa exata da Artrite Idiopática Juvenil ainda não é conhecida. Fatores imunológicos, genéticos e infecciosos estão envolvidos. Estudos recentes mostram que existe uma certa tendência familiar e que alguns fatores externos, como certas infecções virais e bacterianas, o estresse emocional e os traumatismos articulares podem atuar como desencadeantes da doença.

A artrite não é uma doença infecto-contagiosa e os pacientes podem (e devem) freqüentar normalmente creches, escolas, clubes e piscinas.


Como se diagnostica a doença?

O diagnóstico da Artrite Idiopática Juvenil é clínico e baseia-se na presença de artrite em uma ou mais articulações com duração igual ou maior a 6 semanas. Várias doenças, como por exemplo, as infecções, devem ser pesquisadas e descartadas, uma vez que a artrite é manifestação comum em várias doenças não reumáticas. Além da dor e da inflamação articular pode ser observada uma certa dificuldade na movimentação ao acordar (rigidez matinal), fraqueza ou incapacidade na mobilização das articulações, além de febre alta diária (> 39º C) por períodos maiores do que 2 semanas. Não existem exames laboratoriais específicos para esta doença. Nos casos de dúvida diagnóstica a opinião de um especialista pode ser de grande auxílio.


Quais os tipos mais comuns de Artrite Idiopática Juvenil?

Existem 3 tipos mais comuns: pauciarticular (ou oligoarticular), poliarticular e sistêmico.

No tipo pauciarticular são acometidas até 4 articulações, sendo os joelhos e os tornozelos as mais freqüentes. Crianças com este tipo de doença devem fazer avaliações oftalmológicas freqüentes (a cada 3 ou 4 meses), uma vez que a úvea (o colorido dos olhos) pode estar inflamada sem que haja qualquer sinal visível. No tipo poliarticular 5 ou mais articulações são envolvidas, com destaque para os joelhos, tornozelos, punhos, cotovelos e pequenas articulações das mãos e dos pés. Pode haver febre intermitente e o exame laboratorial Fator Reumatóide está presente em cerca de 10% dos pacientes. O tipo sistêmico tem caráter insidioso e caracteriza-se pela presença de artrite associada à febre alta em um ou dois picos diários (= 39º C), erupção na pele (rash cutâneo), gânglios, serosite (inflamação da pleura e do pericárdio) e aumento de fígado e baço ao exame clínico.

Alguns pacientes, especialmente aqueles com o tipo pauciarticular e com fator antinúcleo (FAN) positivo, podem apresentar uveíte crônica, ou seja, uma inflamação em um ou nos dois olhos. A uveíte é, geralmente, assintomática e podem ser observadas complicações como glaucoma, catarata e até mesmo diminuição da visão, especialmente quando o diagnóstico é tardio. Daí a importância da detecção precoce através de exames oftalmológicos periódicos (biomicroscopia), a cada 3 ou 4 meses. A uveíte pode aparecer antes, simultaneamente ou anos depois da atrite.


Qual o tratamento da Artrite Idiopática Juvenil?

Uma boa relação entre médico, paciente e familiares é fundamental para que o tratamento tenha sucesso, uma vez que a sua duração é prolongada. Deve ser individualizado e envolve educação sobre a doença, controle da inflamação e da dor através do uso de medicamentos e prevenção de deformidades. A reabilitação (fisioterapia) é muito importante desde as fases iniciais da doença e em alguns casos pode ser necessário o acompanhamento psicológico. O início do tratamento deve ser precoce; nos casos de demora pode haver comprometimento da cartilagem articular, acarretando deformidades e limitações físicas irreversíveis.

Cada tipo de Artrite Idiopática Juvenil tem um tratamento específico e o esquema terapêutico pode variar de um paciente para o outro, de acordo com as suas manifestações clínicas. Os medicamentos utilizados inicialmente são os antiinflamatórios não-hormonais (aspirina, naproxeno e ibuprofeno), úteis no alívio da dor.

Outros remédios, chamados drogas de base (ou de segunda linha), são acrescentados gradualmente nos casos de inflamação persistente, ou seja, má resposta aos antiinflamatórios não-hormonais e visam controlar e até mesmo cessar a inflamação. Os mais utilizados são a hidroxicloroquina (ou o difosfato de cloroquina), a sulfassalazina e o metotrexato.

Em muitos pacientes a doença é controlada até o final da adolescência. No entanto, alguns podem apresentar doença crônica com períodos de melhora e piora que persistem até vida adulta. Nestes casos deve ser feita uma transição lenta para o Reumatologista de adultos. Muitos adolescentes são "rebeldes" ao tratamento e devem ser conscientizados quanto à importância do uso contínuo de medicamentos. A responsabilidade, que sempre é dos pais ou responsáveis até os 18 anos de idade, deve ser transferida gradualmente ao paciente de maneira firme e segura.


O que pode acontecer se o tratamento for interrompido?

A interrupção do tratamento sem orientação médica pode ter conseqüências sérias e irreversíveis, como piora da inflamação, deformidades articulares irreversíveis, destruição da cartilagem e piora da capacidade física. Os pais devem checar a ingestão dos medicamentos e conversar com os filhos sobre a doença, reforçando a importância do tratamento, especialmente nos casos de pacientes adolescentes.

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Carla Lima - 2015