Eu sou portadora de
Artrite Reumatóide Juvenil
Eu comecei apresentar sintomas de dores aos 13 anos de idade, mais só obtive o diagnóstico real do fator reumatóide aos 16 anos.
Mas, quando eu era criança entre os 4 anos em diante eu costumava sentir algo diferente, não era dor exatamente, mas provavelmente sintomas do ARJ!
Por que agora vejo isso mas claramente? Porquê quando eu caminhava longas distâncias ou ficava muito tempo de pé, eu ficava com os pezinhos e as mãozinhas inchadas. E era sempre assim, inchava a noite quando me esforçava muito, e desinchava pela manhã.
E aos 6 anos eu tive grave problemas de anemia, e por mais que eu tratasse da anemia, sempre ficava com o hematócrito baixo.
Na época não sabíamos de fato que esses acontecimentos da infância desencadearia na adolescência a Artrite Reumatóide Juvenil (Artrite Idiopática Juvenil).
Talvez eu teria esse diagnóstico mas cedo, mas como eu não sentia dor, achávamos que era normal a inchação das mãos e pés pelo fato de esforços físicos, já que eu era criança e não reclamava o sintoma. E meu pediatra dizia que era normal, que era "coisa" de criança... Então porque se preocupar? O médico disse que não era nada preocupante, que era normal em algumas crianças incharem pés e mãos depois de se esforçar... E quanto a anemia, também era normal em algumas crianças!
Por isso nós não buscamos recursos mas cedo naquela época, foi preciso sentir dor primeiro para procurarmos outros médicos, nesse caso eu já estava com 13 anos. Fui à vários médicos por longo 3 anos e nenhum me dava o diagnóstico certo...
...Então quando eu estava muito mal aos 16 anos, sem conseguir andar e com dor intensa em todas as articulações do meu corpo, é que fui internada em estado gravíssimo. Era tão grave a situação em que eu me encontrava, que o médico Reumatologista disse claramente aos meus pais, que as chances de que eu sairia daquele estado crítico era de 1% em 100... Ou seja, de 100 pessoas do estado em que eu me encontrava, somente 1 pessoa conseguiria sair com vida!
Difícil ouvir isso! Meus pais choravam tanto ouvindo o médico dizer aquelas palavras... Mas não perderam à fé, minha mãe olhou nos olhos do médico e disse: "Se há uma chance de 1 em 100, sair um sobrevivente... Essa será minha filha! Porque eu creio nisso!"
Foram dias e anos difíceis... Lutei muito, busquei forças onde não tinha mais... E sobrevivi!
E aquilo era só o começo de muitas outras batalhas que enfrentei e enfrento até hoje, junto com meus pais!
Hoje pareço até a "boneca Emília", toda remendada. Possuo quatro prótese, duas ATJ - Artroplastia Total do Joelho, e duas ATQ - Artroplastia Total do Quadril!
Mas o que eu posso dizer: Agradeço à Deus primeiramente por me dar forças, e agradeço aos meus pais por lutarem junto comigo, e por nunca terem desistido de mim!
O meu nome é Carla, e eu sou uma SOBREVIVENTE!!!