16/02/2016

Artrite Reumatóide


Artrite Reumatóide


Artrite Idiopática Juvenil, por Acredite “Amigos da Criança com ARJ”


Artrite Idiopática Juvenil, por Acredite “Amigos da Criança com ARJ”


A Artrite Idiopática Juvenil é uma doença crônica relacionada a alterações do sistema imunológico, de causa ainda desconhecida. As células que têm a função de defender o organismo diante dos agressores, como bactérias, passam a atacá-lo. Assim, dá-se início a um processo inflamatório que se inicia no sangue e invade as articulações, levando inflamação e dor ao paciente. A inflamação persistente pode promover lesão articular, com comprometimento da cartilagem e do osso em torno da articulação, o que leva à diminuição da movimentação articular.

Dependendo do tipo de doença o paciente pode apresentar comprometimento fora da articulação, como inflamação no olho (uveíte), inflamação das membranas do coração (pericardite) e pulmão (pleurite) e manchas na pele, assim como febre com duração de semanas e até meses.

A presença de artrite mostra que uma ou mais articulações estão inflamadas. Na maioria das vezes as crianças queixam-se de dor e pode haver dificuldade na movimentação.

Várias doenças podem causar artrite, como infecções, trauma, reumatismo, entre outras.
As artrites podem ser agudas, quando duram dias ou semanas, ou crônicas, quando duram meses ou até anos. Com isso, é muito importante que o diagnóstico da causa da artrite seja precoce para que o tratamento específico seja iniciado assim que possível. A artrite crônica mais comum na infância e na adolescência é a Artrite Idiopática Juvenil (AIJ), caracterizada por inflamação com duração de pelo menos 6 semanas em uma articulação, com início até os 16 anos de idade. A artrite aguda mais comum é a reativa, que ocorre dias ou semanas depois de uma infecção, na maioria das vezes viral.

As notícias são boas, ou melhor, ótimas. Nos últimos anos os avanços no diagnóstico e no tratamento da AIJ foram surpreendentes. Já foi o tempo em que a doença era sinônimo de incapacidade física. Hoje a vida de uma criança com esse diagnóstico pode ser normal ou praticamente normal, e é sobre isso que iremos falar daqui para frente. Todos juntos, pacientes, familiares e profissionais, podem escrever uma nova história.

Diferentemente do que muitos pensam, as doenças reumáticas não atingem apenas as pessoas mais velhas, podendo ocorrer em qualquer idade. O termo reumatismo é usado como sinônimo de doenças reumáticas e engloba um grupo variado de doenças. Em crianças, já foi chamado de “artrite reumatoide juvenil”, sendo a mais frequente entre elas. Trata-se de uma doença crônica, que afeta as articulações (juntas) de crianças de qualquer idade e de adolescentes até os 16 anos.

A artrite crônica é caracterizada por: dor, inchaço e calor nas articulações com duração maior que seis semanas. Pode comprometer outras partes do corpo, apresentando manifestações, como inflamação do olho, manchas na pele e febre. Mais raramente, há o risco de causar inflamação no pericárdio – a membrana que recobre o coração e na pleura – a membrana que recobre o pulmão.

O diagnóstico rápido e o início imediato do tratamento são importantes para o controle da doença e prevenção da deformidade articular. Felizmente, os resultados do tratamento são muito positivos, pois os medicamentos disponíveis conseguem controlar a inflamação e, consequentemente, a dor.


Tipos de AIJ

Oligoarticular: quando os pacientes apresentam até quatro articulações afetadas. É o tipo mais comum e em alguns casos pode haver inflamação dos olhos.

Poliarticular fator reumatoide positivo (FR+): quando os pacientes apresentam mais de quatro articulações afetadas e o exame de sangue detecta um anticorpo chamado fator reumatoide. Neste subtipo, a inflamação é mais intensa, sendo fundamental tratamento medicamentoso o mais breve possível, para a prevenção de deformidades articulares.

Poliarticular fator reumatoide negativo (FR-): quando os pacientes apresentam mais de quatro articulações afetadas e o exame de sangue não detecta o anticorpo fator reumatoide.

Artrite sistêmica: neste tipo de AIJ, os pacientes apresentam vários outros sintomas associados à artrite. Febre está sempre presente e tem longa duração (mais de 15 dias). São comuns manchas avermelhadas pelo corpo, principalmente no tórax, coxas e braços, que geralmente estão associadas a febre. Os pacientes também podem apresentar inflamação das membranas que recobrem o coração (pericardite) e o pulmão (pleurite), além de aumento dos gânglios (ínguas), do fígado e do baço.

Artrite relacionada a entesite: quando os pacientes apresentam entesite (que é caracterizada por dor nos locais onde os tendões se inserem nos ossos). Pode haver inflamação da coluna e da bacia.

Artrite psoriásica: quando os pacientes apresentam lesões de psoríase na pele associadas à artrite.

Diagnóstico:

1. Exames de sangue e urina para avaliar o grau de inflamação da doença, possibilitando o início das medicações.
2. Radiografia das articulações pode ser necessária para saber se já há lesões articulares e em qual intensidade.
3. Ultrassonografia de quadril é um exame que não provoca dor e que avalia se há artrite, já que no exame físico nem sempre é possível saber se o quadril está inflamado.
4. Avaliação da oftalmologia: ela precisará fazer o exame de lâmpada de fenda (biomicroscopia), um exame simples e indolor que avalia a parte anterior do olho. É necessário para detectar uma eventual inflamação ocular (uveíte ou iridociclite).

Tratamento
O objetivo do tratamento da AIJ tem por objetivo reduzir a inflamação, controlar a dor, manter a mobilidade articular e prevenir deformidades. O controle parcial ou total da inflamação é possível em muitos pacientes devido ao avanço no tratamento medicamentoso observado nos últimos anos. A orientação alimentar e o estímulo às atividades físicas também fazem parte do tratamento.

O tratamento deve ser levado com rigor e a intenção é de controlar a doença, desinflamar as articulações e aliviar a dor. Anti-inflamatórios, corticoides em alguns casos, imunossupressores e imunobiológicos fazem parte do tratamento. As medicações são utilizadas por tempo prolongado (geralmente mais de um ano) e precisam ser iniciadas o mais breve possível para reduzir a inflamação articular, prevenindo o aparecimento de deformidades.

O paciente utilizará medicações para controle da dor e da artrite, que devem ser mantidas por um tempo prolongado, diminuindo desta forma a chance de novos surtos da doença. Alguns desses medicamentos são por via oral e outros por via parenteral (subcutânea ou intravenosa). É importante que o seu médico acompanhe de perto o tratamento para que ele possa avaliar a eficácia e detectar eventuais efeitos adversos.


Tratamento da Artrite Idiopática Juvenil


Tratamento da Artrite Idiopática Juvenil


O tratamento das Artrites Idiopáticas Juvenis, é contínuo e requer o uso de medicamentos, fisioterapias, terapia ocupacional, atividade física, cuidados alimentares, odontológicos e oftalmológicos, não basta apenas oferecer medicamentos, é preciso adaptar toda uma rotina de cuidados, para que todo o tratamento tenha sucesso.


Tratamento Medicamentoso


O objetivo do tratamento medicamentoso é diminuir a inflamação, dor e inchaço, melhorando a função das mãos. Inibindo dessa forma a progressão da doença. Os medicamentos são utilizados em combinação ou em monoterapia, conforme a necessidade de cada criança, nos últimos anos, com o advento dos medicamentos biológicos e o avanço dos estudos clínicos, tem sido possível, utilizar om segurança, este tipo de medicamento em crianças com AIJ com indicações criteriosas de uso, devolvendo a essas crianças e adolescentes a qualidade de vida e permitindo um desenvolvimento dentro dos padrões da normalidade.


Os medicamentos mais comuns utilizados no tratamento da AIJ são:

Antiinflamatórios Não-Hormonais (AINHs)

Medicamentos antinflamatorios não-esteroides são a primeira escolha no tratamento da AIJ, utilizados de seis a oito semanas, para se possa avaliar seu controle sobre a dor e atividade inflamatória. Sua toxidade pode ser verificada através de exames laboratoriais, permitindo o uso seguro.

Via de administração pode ser oral ou em comprimido
Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, diarreia, anemia, dor de cabeça, sangue na urina, dor abdominal, úlcera, péptica, fotossensibilidade, fragilidade da pele, problemas de cicatrização da pele e dificuldade de se concentrar.

Medicamentos antiinflamatórios de efeito lento

Estes medicamentos não produzem alívio da dor ou efeitos antiinflamatórios imediatos, mas sim efeitos benéficos, semanas a meses após o início do tratamento, modificando a evolução natural da doença articular, que pode incluir erosão das articulações ou cartilagem e destruição dos ossos. Por isso, são chamados medicamentos antirreumáticos de efeito lento ou agentes modificadores da atividade de doença. Estes medicamentos às vezes são utilizados em conjunto com os AINHs. Por serem medicamentos mais fortes, as crianças precisam fazer exames laboratoriais frequentemente para monitorar os níveis de toxicidade. Alguns destes medicamentos estão descritos abaixo.

Hidroxicloroquina/cloroquina

A hidroxicloroquina é prescrita em comprimidos para auxiliar no controle da inflamação nas articulações. Embora não seja útil em todos os casos, pode ajudar quando metotrexate ou ouro não foram completamente efetivos.

Efeitos colaterais da hidroxicloroquina incluem mal-estar gástrico, erupção na pele e danos aos olhos. Uma criança tomando este medicamento deverá ter os seus olhos examinados por um oftalmologista pelo menos a cada seis meses.

Sulfassalazina

A sulfassalazina é prescrita em comprimidos. Seus efeitos colaterais incluem mal-estar, dores no corpo, diarreia, vertigens, dor de cabeça, fotossensibilidade, coceira, perda de apetite, anormalidades no fígado, baixa contagem de glóbulos brancos, náuseas, vômitos ou erupção na pele.

Metotrexato

Metotrexato é prescrito em comprimidos ou por injeção em doses semanais. Poucos efeitos colaterais foram registrados nas doses baixas que normalmente são prescritas, mas o controle laboratorial regular é ainda importante. Os efeitos colaterais podem incluir náuseas, ferimentos na boca, diarréia, baixa contagem de glóbulos brancos, sinusite e alterações das enzimas hepáticas (do fígado), como TGO e TGP. Deve-se evitar todo tipo de bebida alcoólica e cigarros enquanto estiver tomando este medicamento.

Azatioprina

A azatioprina é prescrita em comprimidos. Seus efeitos colaterais podem incluir tosse, febre, calafrios, perda de apetite, náuseas, vômitos, erupção na pele, sangramento ou hematomas, cansaço ou fraqueza anormal e esterilidade.

Ciclofosfamida

A ciclofosfamida é prescrita em comprimidos diários ou via intravenoso em dose única. Efeitos colaterais incluem sangue na urina ou queimação na hora de urinar, confusão ou agitação, tosse, vertigem, febre e calafrios, perda de apetite, náuseas, vômitos, sangramento ou hematomas, cansaço ou fraqueza anormal, esterilidade e maior risco de câncer.

Ciclosporina

A ciclosporina é prescrita em líquido ou cápsulas. Seus efeitos colaterais incluem sangramento, gengivas inchadas e sensíveis, retenção de líquidos; aumento da pressão arterial, aumento no crescimento de pêlos, problemas nos rins, perda de apetite, tremores ou agitação das mãos.

Corticóides

Os glicocorticóides (metilprednisolona, prednisolona e prednisona) são os agentes antiinflamatórios mais potentes e são utilizados para tratar doenças reumáticas quando a doença é grave e não responde a outros medicamentos. Por apresentarem muitos efeitos colaterais, eles têm de ser utilizados com cautela. Se os corticóides são prescritos, a menor dose deverá ser usada pelo menor tempo possível. Cabe uma ressalva: nunca suspenda o tratamento por contra própria. Uma parada brusca pode levar a uma série de efeitos indesejáveis. Normalmente, o medicamento é prescrito por via oral como comprimido ou líquido. Ele também pode ser administrado como injeção na própria articulação, veia ou músculo.

Seus possíveis efeitos colaterais incluem aumento da pressão arterial, osteoporose (enfraquecimento dos ossos), síndrome de Cushing (aumento de peso, cara redonda, pele fina, enfraquecimento dos músculos e ossos quebradiços), aumento da pilificação, catarata, atraso de crescimento, maior suscetibilidade a infecções, mudanças súbitas de humor, aumento de apetite e peso ou maior risco a úlceras.

Analgésicos

Os analgésicos (acetaminofen, dipirona) não aliviam a inflamação, mas providenciam alívio para dor. Somente deverão ser tomados com prescrição médica, em conjunto com outros medicamentos. Seus efeitos colaterais podem incluir vertigem, náuseas, prisão de ventre, dor de cabeça e sonolência.

Medicamentos Biológicos

As novas terapias biológicas compõem uma nova classe de medicamentos feitos de proteínas sintéticas. Embora ainda estejam sendo pesquisadas, acredita-se que as terapias biológicas possam diminuir ou interromper a resposta imunológica prejudicial que leva à inflamação das articulações.

Imunoglobulina intravenosa (gamaglobulina endovenosa) é utilizada no tratamento de várias doenças reumáticas infantis. Normalmente, ela é aplicada de maneira intravenosa uma vez ao mês. Seus efeitos colaterais incluem risco de anafilaxia, aumento da sensibilidade a proteínas e outras substâncias.

Atualmente são utilizadas outras formas de terapias biológicas, que devem ser utilizadas em alguns casos selecionados, com indicações precisas. Estas incluem anticorpos monoclonais (infliximab), inibidores de receptores (etanercepte), vacinas derivadas de peptídeos e gama-globulina intravenosa.

No Brasil estão disponível vários medicamentos biológicos para artrite idiopática juvenil, são eles:

Adalimumabe (Humira), Etanecerpet (Enbrel), Infliximabe (Remicade) , Tocilizumabe (Actenra), todos são fornecidos pelo SUS e pelos Planos de Saúde e o Canaquinumab (Iláris) é um novo medicamento que tem registro e está disponível no Brasil, porém, não está sendo fornecido pelo SUS, a única forma de acesso é através da judicialização do SUS ou do Plano de Saúde, sua indicação é a partir de 2 anos de idade para a Artrite Idiopática Juvenil na forma Sistêmica, os estudos clínicos foram promissores no controle da AIJ-Sistêmica.


Tratamento Não Medicamentoso das Artrites Idiopáticas Juvenis

Exercício

O exercício físico é uma parte muito importante do tratamento da artrite juvenil. Ele ajuda a manter a mobilidade articular de crianças com artrite, a manter os músculos fortes, recuperar movimentos ou força nas articulações e músculos e facilita as atividades diárias como andar ou se vestir, além de melhorar o condicionamento e a resistência gerais.

Fisioterapia

Enquanto os medicamentos podem diminuir a dor e a inflamação, somente a fisioterapia pode devolver a mobilidade a uma articulação. Estes exercícios podem ajudar as crianças nas atividades do dia a dia tais como andar, comer e escrever.

Os exercícios de extensão de movimentos ajudam a manter a flexibilidade dos músculos e são especialmente importantes para crianças que perderam mobilidade em uma articulação ou cujas articulações estão mobilizadas em uma posição fixa. Alguns exercícios de fortalecimento estimulam a musculatura.

Um fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional ensinará ao seu filho a fazer os exercícios em casa. A maioria destes exercícios deverá ser feita diariamente. O terapeuta ensinará seu filho a utilizar banhos quentes, bolsas de água quente e/ou fria antes de fazer os exercícios para facilitar a terapia.

Esportes e atividades de recreação

As atividades de recreação ajudam os pacientes a exercitar articulações e músculos, desenvolver habilidades sociais e se divertir. Mas lembre-se de que as atividades de recreação não devem tomar o lugar da fisioterapia.

Participar em esportes e atividades de recreação ajuda as crianças com artrite a desenvolver confiança nas suas habilidades físicas. Estimule as atividades que exercitam as articulações e músculos sem forçá-los, tal como a natação.

Músculos fortes e proteção para as articulações são muito importantes para a prática de atividades esportivas. Embora os esportes de impacto nunca sejam recomendados, até mesmo esportes mais agressivos como o futebol e o basquete podem estar dentro dos limites do seu filho. Exercícios especiais e equipamentos de proteção podem diminuir o risco de ferimentos e ajudar o seu filho a praticar os esportes que gosta.

Talas

As talas ajudam a manter as articulações na posição correta e a aliviar a dor. Se uma articulação está se deformando (dobrada na posição errada), uma tala pode ajudar a esticar esta articulação de volta à sua posição normal. As talas comumente utilizadas são a tala para extensão do joelho, a tala para extensão do pulso e talas para os dedos das mãos.

As talas são normalmente feitas por um fisioterapeuta. As talas para as mãos e braços são feitas de plástico e as para as pernas às vezes são feitas de gesso. O fisioterapeuta faz as talas sob encomenda para o seu filho para acompanhar o seu crescimento e as mudanças no posicionamento das articulações.

Alívio para rigidez matinal

Muitas crianças passam por um período de rigidez articular quando acordam diariamente. Esta rigidez matinal pode ser um bom termômetro da atividade da doença. Quanto mais prolongado for o período de rigidez, mais ativa estará a doença. Tomar um banho de chuveiro quente, dormir num saco de dormir ou cama de água, realizar exercícios de extensão ou usar uma bolsa de água quente ou fria podem aliviar a rigidez. Enquanto a maioria das crianças responde melhor ao calor, outras respondem a tratamentos com frio (um saco plástico com gelo funciona bem).



Artrite Idiopática Juvenil Oligoarticular


Artrite Idiopática Juvenil Oligoarticular


A AIJ na forma Oligoarticular, se manifesta por Artrite que compromete uma a quatro articulações, durante os 6 primeiros meses de doença. É a forma mais frequente da AIJ. Acomete preferencialmente crianças do sexo feminino, com idade entre 2 a 5 anos, manifestando-se nos joelhos e tornozelos, geralmente de forma assimétrica (apenas um lado).

A uveíte está presente em 20% dos casos de AIJ – Oligoarticular, e em cerca de 10% dos casos, a uveíte precede o início do quadro articular.

A uveíte se manifesta de forma insidiosa e assintomática, observa-se olhos vermelhos, dor ocular, lacrimejamento, diminuição da acuidade visual e cefaleia. O diagnóstico da uveíte é feito através do exame oftalmológico de lâmpada de fenda, que mostra os primeiros sinais de inflamação, e deve ser repetido a cada 3 meses nas crianças com AIJ de início oligoarticular com FAN positivos.


Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular Fator Reumatoide (FR) Positivo

A AIJ na forma Poliarticular com Fator Reumatoide (FR) Positivo), se manifesta por Artrite em cinco ou mais articulações, durante os seis primeiros meses de doença, com fator reumatoide (FR) positivo, ou artrite em duas ocasiões em um período de três meses. A AIJ – Poliarticular FR Positivo, é mais comum em meninas (90% dos casos), podendo ocorrer em meninos, com início frequente entre 12 a 16 anos.

Sintomas mais comuns são: anorexia, perda de peso, febre baixa, dor articular e artrite simétrica em mãos, dedos e articulações que suportam peso, especialmente quadris, joelhos, tornozelos de forma simétrica, é comum também desenvolver nódulos reumatoides, é a forma de AIJ que mais se parece com a Artrite Reumatoide do adulto.



Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular Fator Reumatoide (FR) Negativo

A AIJ – Poliarticular com Fator Reumatoide (FR) Negativo, é definida como a artrite que compromete cinco ou mais articulações durante seis meses de doença, com fator reumatoide negativo. Acomete 20 a 30% das crianças com AIJ, acometendo crianças de ambos os sexos, com prevalência do sexo feminino, em torno de 10 anos de idade. As articulações frequentemente acometidas são; joelhos, tornozelos, punhos, carpos, tarsos, cotovelos. As regiões de mãos e pés, também podem ser comprometidas, podendo ocorrer ainda, febre baixa.

ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL


Artrite Reumatoide Juvenil ou Artrite Idiopática Juvenil


Tipos de Artrite Idiopática Juvenil e Como São Realizados os Tratamentos

A Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) ou Artrite Reumatoide Juvenil (ARJ), são um conjunto de doenças autoimunes, crônicas, incuráveis, porém, atualmente com tratamentos efetivos que permitem qualidade de vida compatível com uma criança/adolescente da mesma idade que não tenha a doença.

A AIJ é caracterizada por artrite crônica, acometendo crianças e adolescentes até os 16 anos de idade, podendo manifestar-se ainda em bebês. É a doença reumática crônica mais comum da infância e a causa mais frequente de incapacidade física entre os adolescentes.

O Brasil não possuí estimativa do número de crianças e adolescentes diagnosticados, nos Estados Unidos a prevalência é de 2 a 10 para cada 100.000 crianças. A faixa etária de pico de incidência da AIJ, varia entre 1/3 anos e 08/10 anos de idade.

A causa da AIJ não é conhecida, a artrite pode ser desencadeada em crianças por predisposição genética após estresses psicológico, trauma articular, alteração hormonal, infecção bacteriana ou viral. Não é uma doença infectocontagiosa ou hereditária (não passa de pais para filhos).

O diagnóstico da AIJ, é de exclusão, ou seja, o médico solicita muitos exames de sangue (incluindo sorologias de doenças infecciosas), radiografias, para investigar todas as possibilidades, por isso, os pais, não devem se assustar com a quantidade de exames solicitados, após os resultados de todos esses exames de sangue e imagens, com base no que foi observado nos exames físicos, associado aos relatos dos pais e da criança/adolescente, é possível então, o médico determinar o diagnóstico da AIJ. É importante lembrar que não existe um teste positivo ou negativo para determinar o diagnóstico de AIJ.




O tratamento da Artrite Idiopática Juvenil tem por objetivo diminuir a dor, melhorar a função articular, prevenir lesões articulares, controlar a atividade da doença, buscando o equilíbrio imunológico, através da remissão da doença, com normalização dos exames laboratoriais e eliminação dos sintomas da doença, ou seja, vida sem dor.

Os tipos de Artrite Idiopática Juvenil são:

*Artrite Idiopática Juvenil Sistêmica
*Artrite Idiopática Juvenil Oligoarticular
*Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular Fator Reumatoide (FR) Positivo
*Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular Fator Reumatoide (FR) Negativo

Sinais e Sintomas de AIJ

Os sinais e sintomas comuns da AIJ são: dor, inchaço nas articulações, rigidez matinal (limitação dos movimentos pela manhã), febre articular (articulação quente), febre sistêmica (febrículas).

Os joelhos são as articulações mais frequentemente acometidas.

Algumas crianças, pode manifestar a artrite indolor, o que pode dificultar a percepção da doença e retardar o diagnóstico.

A manifestação clínica da AIJ pode variar de criança para criança, podendo ocorrer sintomas variados, com comprometimento diversos, como pleurite, miocardite, exantema reumatoide, pericardite, hepatoesplenomegalia, linfadenomegalia, por isso, a avaliação pediátrica deve ser criteriosa e o acompanhamento médico deve ser acontecer com um reumatologista pediátrico.



Artrite Idiopática Juvenil Sistêmica (AIJ – Sistêmica)

A Artrite Idiopática Juvenil Sistêmica (AIJ Sistêmica), tem por sua caracterísica uma febre persistente, que costuma ser alta e diária, (superior a 39°) e permanece por um período mínimo de 15 dias, essa febre pode vir acompanhada ou não, de outras manifestações clínicas.

A febre da AIJ, pode preceder o aparecimento da artrite por dias, semanas, meses. Essa febre pode ocorrer a qualquer hora ou dia, em picos, no começo da manhã, final da tarde ou início da noite, muitas vezes vem acompanhada de exantema de pele.

Exames Laboratoriais na AIJ- Sistêmica

Na AIJ frequentemente os seguintes exames laboratoriais apresentam alterações:

Hemograma: pode apresentar anemia, leucocitose com neutrolifia, plaquetose;

VHS e Proteína C-reativa: elevados, indicando presença de atividade inflamatória característica da doença;

Ferritina: elevada

Hiperalbuminemia: aumento da albumina sérica

Hipergamaglobulinemia: aumento da gamaglobulina sérica

FAN: negativo

LATEX: negativo

11/02/2016

Viver Com Artrite É…


Viver com Artrite é… Conviver Com a Dor, é Chorar e Sorrir das Nossas Impossibilidades...


Viver com artrite é conviver com a dor, é chorar, é sorrir das nossas impossibilidades (Há quem diz que se é igual à carro e à álcool, tem que esquentar para pegar...), é agradecer à Deus quando acordamos bem, pois nunca sabemos como vai ser nosso despertar e nosso anoitecer, porque quando o corpo fica em repouso, as dores pioram, ficam mais intensas.. Enfim , é aceitar as nossas limitações e conviver bem com elas, dia após dia, que apesar de ser uma doença incurável, não temos risco de morrer por causa dela.
Viver com Artrite é. .. Lutar todos os dias, é superar seus limites e no final do dia poder dizer Eu venci….com a ajuda de Deus.
Viver com Artrite é superação a cada amanhecer um novo recomeço.
Viver com Artrite Reumatoide é desafiar as dores, a indiferenças, as limitações e acima de tudo é acreditar que Deus é o fortalecedor a cada Amanhecer!
“Viver com Artrite é aprender na dor a gratidão”
A Artrite de certa forma faz sermos mais humildes, muitas pessoas passam a vida inteira se lamentando sem motivos, não são gratas pelo simples fato de viver, não pedem ajuda, ou vivem apenas sobre materialismos.
A Artrite não é uma coisa boa, é claro que não, mas tudo existe um lado bom, em experiência, eu renasci depois que descobri, não por favorecimento a isso, mas por aprender a humanização verdadeira, a aproveitar o máximo de todos os dias, dar valor as coisas mais simples e principalmente ser grata, por estar aqui vivendo, amando e aprendendo, pois de alguma forma um dia tudo se acaba e muitos já não podem ver o sol que vejo todos os dias… ‘Viver com Artrite é dor e gratidão, é ter certeza de estar vivo'.
Viver com Artrite é descobrir que depois da tempestade,o sol aparecerá para iluminar os novos Caminhos.
Viver com Artrite Reumatoide é aprender diariamente que posso ser Forte mesmo quando estou pedindo ajuda.
Viver com Artrite é ver muitos dos nossos sonhos interrompidos, mas acreditar que acima de tudo existe um grande DEUS que tudo pode, principalmente curar, para Ele não existe impossível.
Viver com Artrite é apesar dos pesares ser resiliente sempre, pois a vida vale a pena ser vivida todos os momentos bons ou ruins.
Viver com Artrite é a incerteza da dor e a certeza do recomeço.
Viver com Artrite é Renascer das cinzas a cada minuto.
Viver Com Artrite é seguir em busca de novos horizontes, aprendendo a voar mais alto.
Viver com Artrite é: Sobreviver e ser um "VERDADEIRO SOBREVIVENTE!"


Corticóides - Quando o Alívio é Perigoso


Corticóides - Quando o Alívio é Perigoso


Efeitos Colaterais dos Corticóides


Efeitos Colaterais Corticoide


Efeitos colaterais da prednisona e dos corticóides em geral

Ao mesmo tempo que são drogas extremamente úteis em uma variedade de doenças graves, os corticóides apresentam, principalmente se usados a longo prazo, uma lista imensa de efeitos colaterais indesejáveis, que variam desde problemas estéticos até infecções graves por imunossupressão.

Os efeitos colaterais estão intimamente relacionados a dose e ao tempo de uso. Em muitos casos os efeitos adversos são menos graves do que as doenças que se pretende tratar. O uso esporádico e por pouco tempo não é capaz de levar ao efeitos descritos a seguir.

Efeitos colaterais dos corticóides na pele

Os efeitos estéticos são os que mais incomodam os pacientes, principalmente as mulheres.

Entre os mais comuns podemos citar a equimose e a púrpura associadas ao corticóide. São pequenas hemorragias que ocorrem em baixo da pele, normalmente em áreas expostas ao sol, como mãos e antebraços.

Púrpura pelo corticóide



Estrias de cor arroxeada e localizadas na região abdominal, calvície, crescimento de pêlos em mulheres e acne também ocorrem com frequências em usuários crônicos de corticóides.

Estrias pelo corticóide



Um sinal típico da toxicidade pelos corticóide é o desenvolvimento da aparência cushingóide que se caracteriza por um face arredondada (chamada de fácies em lua), pelo acúmulo de gordura na região posterior do pescoço e das costas (chamado de corcova ou giba de búfalo) e pela distribuição irregular da gordura corporal, com predomínio na região abdominal e tronco.


Fácies em lua



Corcova ou giba de búfalo



Efeitos colaterais dos corticóides nos olhos

O uso contínuo de corticóides sistêmicos, normalmente por mais de 1 ano com doses maiores que o equivalente a 10mg de prednisona pode levar a alterações oftalmológicas como a catarata e glaucoma. Tanto os corticóides usados por via oral, usados por via nasal (spray nasal para asma ou bronquite) ou como forma de colírios podem causar ambas doenças.

Efeitos colaterais metabólicos dos corticóides

Além do ganho de gordura já descrito anteriormente, a corticoterapia crônica também leva a alterações do metabolismo da glicose, podendo inclusive induzir ao Diabetes Mellitus  e a elevação dos níveis de colesterol.

Efeitos colaterais cardiovasculares dos corticóides

A incidência de várias doenças cardiovasculares costuma aumentar com o uso prolongado de corticóides. Podemos citar o aumento da ocorrência de hipertensão , infartos do miocárdio, insuficiência cardíaca e AVC.

Efeitos colaterais músculo-esqueléticos dos corticóides

A corticoterapia prolongada é responsável por aumento da incidência de osteoporose, necrose óssea, lesões musculares (miopatia), fraturas ósseas e distúrbios do crescimento quando usado em crianças.

Efeitos colaterais dos corticóides no sistema nervoso central

O uso de corticóides em um primeiro momento pode causar uma sensação de bem-estar e euforia. Porém, a longo prazo está associado a uma maior incidência de quadros psiquiátricos como psicose e depressão, além de insônia e alterações da memória.

Efeitos colaterais imunológicos dos corticóides

A imunossupressão causada pela corticoterapia é um efeito desejável nos casos das doenças auto-imunes, mas pode também ser um grande problema por facilitar a ocorrência de infecções. É preciso saber balancear bem os risco com os benefícios.

O risco de infecção ocorre naqueles que tomam o equivalente a 10mg/dia ou mais de prednisona por vários dias, sendo muito elevado em doses acima de 40mg por dia. O risco de infecção torna-se significativo a partir de uma dose acumulada de 700mg de prednisona ou equivalente.

Além de facilitar infecções, os corticóides também inibem o surgimento da febre, dificultando o reconhecimento de um processo infeccioso em curso.

Doentes submetidos a altas doses de corticóides devem evitar tomar vacinas compostas por vírus vivos sob o risco de desenvolver infecções vacinais. Vacinas com vírus mortos podem ser administradas, porém, a corticoterapia também pode impedir a formação de anti-corpos fazendo com que a vacina apresente pouca eficácia. Muitas vezes são necessárias doses maiores para um eficaz imunização.

Efeitos colaterais dos corticóides inalatórios

Os corticóides inalatórios usados principalmente na asma apresentam pouca absorção sistêmica, por isso, apresentam menos efeitos colaterais. Os efeitos colaterais sistêmicos costumam ocorrer somente após vários anos de uso.

Os efeitos adversos mais comuns são locais e devido a precipitação do corticóide na cavidade oral. Entre eles podemos citar a rouquidão e a candidíase oral

Outros efeitos colaterais dos corticóides

Retenção de líquidos, alterações menstruais, gastrite e úlcera péptica, esteatose hepática, pancreatite e infertilidade.

Efeitos Colaterais dos Corticóides



Cuidados e perigos do uso de corticóides

A corticoterapia prolongada requer alguns cuidados, principalmente na hora de de suspender a droga.

O uso de prednisona ou similares por muito tempo, inibe a produção natural de cortisol pela supra-renal. Como os corticóides sintéticos têm uma meia-vida de algumas horas apenas, a suspensão abrupta faz com que após 2 ou 3 dias os níveis de cortisol fiquem próximo de zero. Quando a supra-renal fica muito tempo inibida pelo administração de corticóides exógenos, ela demora até voltar a produzir o cortisol natural. Em geral, tratamentos que duram menos de 3 semanas, não costumam causar grandes efeitos colaterais, nem causam inibição prolongada das supra-renais.

Como o cortisol é um hormônio essencial para a vida, o paciente que suspende o corticóide abruptamente entra em um estado chamado de insuficiência supre-renal, podendo evoluir para choque circulatório, coma e óbito se não for rapidamente atendido.

Por isso, a retirada dos corticóides após uso prolongado deve ser sempre feita de modo lento e gradual. Nunca se deve suspender o tratamento sem conhecimento médico.

PREDNISONA E CORTICÓIDES 
Indicações e efeitos colaterais


Corticóide

Corticóide


Prednisona 

É um hormônio sintético, semelhante ao hormônio natural cortisol, produzido pela nossa glândula Supra-Renal, conhecido também como o hormônio do Stress.

Existem várias formulações sintéticas do cortisol, sendo as mais comuns usadas no tratamento de doenças reumáticas;

Prednisona
Deflazacort
Metilprednisona (usada na pulsoterapia – endovenoso)
É Antiinflamatório Hormonal, muito utilizado no tratamento de diversas doenças reumáticas e auto-imune. Tem poder antiinflamatório, analgésico e antialérgico.

Medicamentos Sintomáticos

Utilizados como antiinflamatório diminuindo a inflamação e como auxíliar no alívio da dor, utilizado também em momentos de crises, servindo para controlar a atividade da doença.
Porém, o seu uso contínuo deve ser criterioso, sendo adequado avaliar risco x benefícios.
Prednisona tem efeito supressor, mas sozinho não leva a estabilização da doença, em especial da Artrite Reumatoide.
Apresentação:

Prednisona: comprimidos de 5mg, 10mg, 15mg, 20 mg
Deflazacort: comprimidos 6mg, 7,5mg, 30mg
Administração, como usar:

Tomar preferencialmente pela manhã
Doses de 5 à 10 mg, são chamadas de doses fisiológicas, por serem compatíveis com a produção natural do organismo, nessa dose tem efeito apenas de antiinflamatório, somente doses superiores tem efeito imunossupressor.
Indicação:

Artrite Reumatoide
Artrite Idiopática Juvenil
Artrite Psoriásica
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)
Polimialgia Reumática (PMR)
E uma infinidade de doenças reumáticas e auto-imune
Pode ser utilizado durante a gestação, quando o médico avalia ser necessário.
Contra-Indicação: 
Não é Contra-Indicado na Gravidez
Infecções Sistêmica por Fungos
Imunodeficiência Adquirida (HIV)
Hipertensão – Diabetes -Hipertireoidismo (avaliar risco – beneficio).
Tempo para fazer efeito (controle da doença):
Efeito rápido, em poucos dias observa-se grande melhora.
Efeitos Colaterais mais comuns:
Distúrbios gastrintestinais
HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica Transitória (qdo tirar o corticoide volta ao normal)
Diabetes Transitória (qdo tirar o corticoide volta ao normal)
Aumento do Apetite
Retenção hídrica (edema)
Ganho de Peso
Edema Face (cara de bolacha) Isso passa conforme a dose for baixando
Estrias
Alopecia (discreta queda do cabelo)
Fraqueza Muscular
Dor Muscular
Fadiga
Púrpura
Pele Fina
Acne
Menstruação Irregular
Alteração do Humor
Insônia
Agitação
Tristeza
Alteração de células sanguíneas
Na presença de febre, devemos comunicar o médico imediatamente.
Cuidados:
Realizar Dieta, evitando doces e frituras
Ingerir bastante água, sucos.
Evitar Refrigerante
Usar protetor solar
Nunca para o uso de corticoide sozinho, siga as orientações médicas, a interrupção repentina do corticoide, pode causar sérias complicações. (atinge a glândula Supra-Renal).
Não se renda a sensação de fome que temos quando estamos com alta dose de corticoide, comer quando temos essa sensação nem sempre é fome, é ansiedade causada pelo próprio corticoide, é nestes momentos que ganhamos muito peso, e depois isso leva a outras consequências que podemos evitar.
Fornecido pelo SUS “Sistema Único de Saúde”
As farmácias da rede básica de saúde, fornecem prednisona com receita simples.
As farmácias Dose Certa comercializa a baixo preço.
O Deflazacort não tem na rede publica.
As informações são apenas uma orientação geral, a pessoa indicada para orientar corretamente é o seu médico assistente (reumatologistas).


Arsenal de Cuidados Contra Artrite Reumatoide Ameniza Efeitos da Inflamação


Arsenal de Cuidados Contra Artrite Reumatoide Ameniza Efeitos da Inflamação


O uso imediato de remédios, incluindo os produzidos pela engenharia genética, e o acompanhamento regular de um cardiologista estão entre as indicações médicas para amenizar os efeitos da inflamação degenerativa nas articulações

Uma doença sem cura, de danos irreversíveis, que limita ou até cessa a funcionalidade de partes do corpo, tornando extremamente difícil executar tarefas simples, como pegar um copo de água ou escrever. As causas da artrite reumatoide (AR) – inflamação degenerativa das articulações – ainda são desconhecidas, mas se sabe que, quanto mais cedo diagnosticá-la, maiores as chances de controlar seu avanço. A descoberta precoce também ajuda no combate às comorbidades, como os eventos cardiovasculares, que incluem o infarto do miocárdio, o acidente vascular cerebral (AVC) e a angina. Embora conhecido há cerca de uma década, o perigo de sofrer problemas no coração devido à AR é bem menos propagado que em casos de diabetes, pressão alta e colesterol descontrolado. “Essa relação não é tão difundida quanto deveria ser. Os pacientes precisam ser bem orientados e acompanhados por um cardiologista”, alerta o reumatologista do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) Luís Piva Júnior.

Números comprovam essa necessidade: as doenças cardíacas são a principal causa de morte (30% a 50%) em pessoas com artrite reumatoide. “O monitoramento cardiovascular já está sendo integrado ao tratamento regular dessa patologia”, expôs o reumatologista alemão Klaus Krüger, durante um workshop sobre doenças reumáticas em Berlim, na Alemanha, por ocasião do Eular – Congresso Europeu de Reumatologia -, ocorrido no mês passado. Krüger enfatizou que os médicos devem cuidar dos pacientes de AR como um todo, de forma holística, e encorajá-los a mudar estilos de vida, especialmente largar o fumo. “Somos bem-sucedidos quando nossos pacientes não têm de pensar na doença o tempo inteiro.”

O Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) para o Tratamento da Artrite Reumatoide recomenda que as drogas modificadoras do curso da doença (DMCDs) sejam iniciadas imediatamente ao se descobrir a enfermidade. O metotrexato, agente que inibe a síntese de DNA, RNA, timidinato e proteínas, tem preferência. Se houver efeitos adversos ou não aparecer resposta clínica (remissão ou baixa atividade), é possível a troca por outras DMCDs sintéticas em monoterapia ou em ingestão combinada. Em caso de nova falha, os médicos prescrevem os remédios biológicos, produzidos com o auxílio da engenharia genética. O anti-TNF é a primeira opção. Em situações excepcionais, o fármaco biológico é indicado mais cedo. Além disso, pode ser feita a troca de um biológico por outro.

Análises apresentadas no Eular deste ano indicam que o uso de medicamento anti-TNF durante um, dois ou três anos reduz, respectivamente, o risco de eventos cardiovasculares em 24%, 42% e 56% em pacientes com AR em relação aos tratados com drogas sintéticas. “Estudos demonstram que, durante os 10 primeiros anos do diagnóstico de artrite reumatoide, o risco de ataque cardíaco quase dobra”, disse Michael Nurmohamed, pesquisador holandês e principal autor do estudo. “Como o anti-TNF é agora o tratamento de escolha para pacientes que não têm estabilidade com o metotrexato, a diminuição do risco cardiovascular observada no estudo é um bônus para uma já bem-sucedida classe de drogas”, defende. A pesquisa foi feita com 109.462 pacientes dos Estados Unidos.

Coordenadora da comissão de artrite reumatoide da SBR, Licia Maria Henrique da Mota explica que é cedo para pensar em modificações nas diretrizes divulgadas pela entidade. “É importante registrar que os resultados apresentados no Eular são preliminares, ainda precisam ser comprovados com outros estudos antes de serem publicados em revistas técnicas da área. Mas são dados sugerindo que alguns tratamentos com drogas específicas em determinado tempo atenuam ainda mais o risco cardiovascular no paciente. O que é uma notícia muito boa”, pondera a reumatologista. “Levamos em consideração também o custo-benefício. O tratamento com medicamentos sintéticos é mais custo-efetivo na fase inicial. Se for confirmado que drogas como a anti-TNF têm potencial maior, isso pode influenciar as diretrizes, mas não no momento.” Apoio psicológico

Além dos fármacos e do acompanhamento multiprofissional, o tratamento da AR pode incluir cirurgias, como a colocação de próteses, a retirada da sinóvia inflamada e a correção de tendões rompidos. A acupuntura também é indicada como coadjuvante de tratamento da dor e da ansiedade. São recomendadas ainda atividades físicas, fisioterapia e fisiatria. A procura por ajuda psicológica é aconselhada pelos médicos para o combate à depressão, doença frequentemente subdiagnosticada em pacientes de doenças reumáticas.

Para dar informações e oferecer apoio aos pacientes e a seus familiares, a Associação Brasiliense de Pacientes Reumáticos (Abrapar) organiza reuniões semanais sobre o tema. Uma das participantes é a estudante universitária Laís Vargas Moreira, 23 anos. Ela descobriu que tinha a doença há duas décadas. No aniversário de 3 anos, Laís andava de bicicleta quando sentiu o tornozelo quente e inchado. Foi levada ao hospital e voltou para casa com o diagnóstico de luxação. A dor não cessava e, na mesma semana, foram feitos novos exames. Laís tinha a artrite crônica da infância – ou artrite reumatoide juvenil. A doença veio com agressividade e a cadeira de rodas foi necessária aos 10 anos, apesar do diagnóstico precoce e do tratamento ininterrupto.

Laís já usou medicamentos sintéticos e chegou a se tratar com um biológico, mas teve de suspendê-lo devido a uma disfunção hepática e a presença recente de arritmia cardíaca. “Enquanto estou sendo tratada, não sinto tanto a agressão da doença. O problema é quando preciso interromper o tratamento, como agora”, conta. Hoje, ela faz sessões de acupuntura para aliviar a dor crônica. O reumatologista do HBDF Gustavo Paiva explica que, no caso de crianças acometidas pela AR, existe um maior grau de remissão, mas a doença pode surgir de maneira abrupta e intensa logo no início, como aconteceu com Laís. “A doença é diferente de pessoa para pessoa. É um tratamento muito individualizado.”

Artrite Reumatoide Como Controlar a Dor


Artrite Reumatoide Como Controlar a Dor


A melhor maneira de gerenciar a dor é uma preocupação constante do paciente de artrite reumatoide. Nenhum método é garantia de alívio completo para sempre. Às vezes é necessário combinar técnicas e descobrir as que mais se adequam de acordo com as mudanças ao longo do tempo.

Além dos medicamentos para o alívio da dor e até uma cirurgia, há outras medidas que podem ser adotadas Mas o primeiro passo para gerenciar a dor é a informação: aprender tudo o que for possível sobre tratamentos para dor e sempre discutir possibilidades com o médico que acompanha o caso.

Outro passo é a reabilitação física. Um fisioterapeuta pode ensinar o paciente a ajustar a sua postura para que possa se mover com menos dor e fazer as tarefas cotidianas, bem como exercícios para fortalecer as articulações, melhorar a flexibilidade, a circulação e ajudar na eliminação de um eventual sobrepeso que esteja impondo mais pressão nas articulações.

Processos simples feito em casa pode ajudar. A aplicação de calor pode ajudar a diminuir a inflamação, relaxar os músculos e eliminar o ácido lático que resultado de suas atividades diárias, esse acido que causa rigidez e dor. A alternância de água quente e fria(contraste) também pode ajudar a diminuir o inchaço e a dor, assim como a aplicação de compressas geladas. Além disso, é importante equilibrar atividade com períodos de descanso.

Os cuidados com o paciente de AR envolvem profissionais de outras especialidades, que devem trabalhar em conjunto. A acupuntura reduz bastante a aliviar a dor e melhora a mobilidade depois de algum tempo. Já a massagem proporciona alívio temporário da dor e a aplicação de ultrassom aquece os tecidos e alivia a dor e a inflamação.

O autocontrole é o último passo para o gerenciamento da dor. Reduzir a ansiedade, controlar o sofrimento emocional e até uma possível depressão, bem como melhorar a qualidade do sono, são procedimentos que podem ajudar a reduzir a dor.

Conhecer o próprio corpo e suas reações a sua rotina e técnicas de meditação podem trazer relaxamento profundo, ensinar a controlar as respostas involuntárias do corpo aos gatilhos da dor, sentimentos e reações físicas. Afinal, a capacidade de aproveitar a vida e melhorar o bem-estar psicológico são os principais objetivos do tratamento da dor crônica.

Relação Entre Artrite Reumatoide e Ansiedade


Relação Entre Artrite Reumatoide e Ansiedade



Um terço dos adultos que têm artrite também tem ansiedade ou depressão, isso de acordo com pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC- órgão americano). Porém a ansiedade é quase duas vezes mais comum que a depressão entre as pessoas que sofrem de artrite.

Geralmente pensamos na artrite como causa exclusiva como incapacitante para o trabalho, mas revelam as pesquisas que as causas emocionais são tão incapacitante quanto a doença primária, nesse sentido os peritos do INSS estão totalmente incapacitados para indeferirem os auxílios doenças já que eles analisam apenas algo concreto jamais levando em consideração o fator emocional causado pela doença cronica.

Um novo estudo, publicado na revista Arthritis Care and Research, mais de um terço dos pacientes pesquisados tinha pelo menos uma das duas condições: ansiedade e depressão. A ansiedade era muito mais comum do que a depressão entre os participantes do estudo. Quando as pessoas são diagnosticadas com doença cronica e conhecem as potenciais limitações que a doença impõe, elas sofrem psicologicamente.

As pessoas que tem artrite se mostram na maioria dos casos hesitantes em fazer as coisas, que normalmente faziam, o que pode contribuir para desenvolver ansiedade, bem como depressão. Pessoas com dores crônicas normalmente desenvolvem depressão, pois têm medo do que a doença pode causar, têm medo de ficarem deficientes e de não serem capazes de fazer tarefas rotineiras. Elas podem ter problemas de relacionamentos e profissionais.

A maioria dos pacientes não tem uma ajuda psicológica e muitos desconhecem a relação entre a artrite, depressão e ansiedade, o apoio psiquiátrico em muitos casos deve ser associado a terapia medicamentosa.


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Carla Lima - 2015